Fernando Pessoa, poeta e escritor português é considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa. A figura enigmática do autor movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, inclusive pelo fato de ser o maior autor da heteronímia.
Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, é o poeta clássico, da serenidade, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas. A filosofia de Ricardo Reis defende o prazer do momento como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Suas memórias demonstram que devemos nos contentar com o que o destino nos trouxe. Há que se viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.
Os poemas estão ligados entre si, como por um fio que, ao ser tocado, inevitavelmente altera-lhes as posições. Tem-se a sensação de que as personagens manifestam uma vontade de viver independente da ideia de seu criador. As Memórias - um jogo de contrastes no qual bailarinos e bailarinas representam o autor, seus heterônimos e personalidades, em virtude da reflexão que Pessoa nos deixou, ao colocar seus personagens tão vivos como nós, e nós tão fictícios quanto eles.
O espetáculo foi concebido como uma sequência de estudos coreográficos apresentados a partir de alguns temas recorrentes na obra do heterônimo Ricardo Reis :
1. ‘’ Aqui onde o mar se acaba e a terra espera ‘’
O autor nos fala do marinheiro português errante, cansado e desiludido com o mar, que retornando a terra busca uma felicidade relativa, mista de resignação, e moderado gozo de prazeres;
2. "Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo"
A aceitação da calma da ordem das coisas.
3. "Veio o nome de Lídia, mas não veio a mulher
Evocação de musas inspiradoras de odes que falam mulheres intelectualizadas, cheias de amor generoso, mas platônico
4. "Vida não pode (r) ser vida"
O autor sofre com ameaças do destino, da Velhice e da Morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário