A Companhia H, seguindo sua linha literária, na qual a palavra percorre os domínios do corpo, apresenta sua nova montagem: ''Epifania do Esquecimento", inspirado na Obra "Pequenas Epifanias", de Caio Fernando Abreu.
De acordo com Luciano Alabarse, na obra literária de Caio cabe tudo - "menos a careta enrijecida do olhar monocromático de quem tem suas certezas asseguradas em defesas comportamentais". Sendo assim, o espetáculo foi concebido como uma sequência de estudos coreográficos que retrata alguns momentos da obra do escritor gaúcho, morto em 1996.
O espetáculo traça um retrato da falta de comunicação, solidão e incredulidade de personagens urbanas; da autodestruiçao, da fragilidade triste da vida, do mel transformado em sal. Tais personagens são apresentados em segmentos independentes e de maneira a formar um painel, sem preocupação didática ou cronológica, encerrando dentro de cada parte sua trama e desenvolvimento.
''Epifania'' é a expressão religiosa empregada para designar uma expressão divina, uma espécie de iluminação. Pequenas epifanias , crônicas escritas por Caio Fernando Abreu foi publicado em 1996. Coletânea das crônicas anteriormente veiculadas em jornais, tem esta qualidade, levam o leitor a enxergar, como num clarão, verdades bem escondidas. Na obra, o autor quer expressar o cotidiano até extrair dele a síntese do essencial que deve ser exposto e que merece ser dito, revelado.
O Autor
www.caiofernandoabreu.com
Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago do Boqueirão (RS). Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. No ano de 1968 -- em plena ditadura militar -- foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas (SP). Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais. Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres -- onde escreveu Ovelhas Negras -- e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha. Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo.
Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.
De acordo com Luciano Alabarse, na obra literária de Caio cabe tudo - "menos a careta enrijecida do olhar monocromático de quem tem suas certezas asseguradas em defesas comportamentais". Sendo assim, o espetáculo foi concebido como uma sequência de estudos coreográficos que retrata alguns momentos da obra do escritor gaúcho, morto em 1996.
O espetáculo traça um retrato da falta de comunicação, solidão e incredulidade de personagens urbanas; da autodestruiçao, da fragilidade triste da vida, do mel transformado em sal. Tais personagens são apresentados em segmentos independentes e de maneira a formar um painel, sem preocupação didática ou cronológica, encerrando dentro de cada parte sua trama e desenvolvimento.
''Epifania'' é a expressão religiosa empregada para designar uma expressão divina, uma espécie de iluminação. Pequenas epifanias , crônicas escritas por Caio Fernando Abreu foi publicado em 1996. Coletânea das crônicas anteriormente veiculadas em jornais, tem esta qualidade, levam o leitor a enxergar, como num clarão, verdades bem escondidas. Na obra, o autor quer expressar o cotidiano até extrair dele a síntese do essencial que deve ser exposto e que merece ser dito, revelado.
O Autor
www.caiofernandoabreu.com
Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago do Boqueirão (RS). Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. No ano de 1968 -- em plena ditadura militar -- foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas (SP). Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais. Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres -- onde escreveu Ovelhas Negras -- e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha. Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo.
Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.